segunda-feira, 26 de maio de 2008

O Náutico de Olavo Bilac


retirado do blog do Juca Kfouri...








Por ROBERTO VIEIRA









Ora (direis) que é apenas a segunda rodada. Certo, perdi meu senso!
E eu vos direi, no entanto. 'Amai para entender'.
Pois só quem ama pode compreender o sentido da paixão.
Olavo Bilac, cujo nome de batismo já era um verso alexandrino, não era torcedor alvirrubro. Mas tinha lá suas paixões.
O Clube Náutico há dois anos era a última flor do Lácio, inculto e esquecido da beleza dos grandes palcos.
Imagina-lo, dois anos depois, liderando o principal torneio de clubes do país era uma temeridade.
Um requisito de um Lima Barreto, jamais de um Olavo Bilac.
Mas o torcedor alvirrubro quando olhava triste as partidas da Série A, sonhava. E via.
Quem sabe um dia...
Os sensatos repetiam: 'Ora (direis) ouvir estrelas!'
Porém, que é feito do torcedor sem o sonho. Sem a fantasia depois da quarta-feira de cinzas das derrotas colossais.
Épicas.
Sem a lágrima da batalha trágica, que se anuncia eterna. E se revela efêmera.
Porque é efêmera toda despedida para quem ama. Toda lágrima.
Na ausência de palavras que expressem essa singular alegria alvirrubra só nos resta lembrar de Bilac.
O Bilac sério e nacionalista.
O Bilac que nunca foi um torcedor de futebol.
Mas que ousou transcrever emoções que soam como hino para quem ama seu clube, seu time, na felicidade breve e transitória de que é feito o futebol:
"Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?" E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas."